25.2.05

Mudança

Estamos mudando da cidade de Teresópolis para Angra dos Reis. Este blog por enquanto vai ficar parado até terça -feira. Me aguardem.

23.2.05

Confirmado (viagem)

Já tenho o bilhete na mão. Se Deus quiser estarei chegando ao aeroporto de Lisboa no dia 12 de Março às 6.30 da manhã. Ficarei 1 mês. Espero poder passar bons momentos com aqueles que sempre estiveram no meu coração. Estarei na Farinha Branca, contactem-me.

"Amas-me!?"

Colaboração: Samuel Nunes

O filme "Um Violino no Telhado" (Fidller on The Roof - seria melhor traduzido violinista no telhado), tem uma cena amorosa entre o patriarca da família e a sua esposa. Pergunta ele a certa altura à mulher: "Amas-me?" "Que pergunta parva" - diz ela - "estás com indigestão". Ele insiste: "Éramos tímidos quando casámos, não falávamos muito!", e ela desabafa: "25 anos a criar-lhe os filhos, a lavar-lhe a roupa, a fazer-lhe a comida e a limpar a casa, e agora ele pergunta-me se o amo!" "Bom, então amas-me?" - pergunta ele. "Suponho que sim!" - exclama ela. "Ainda bem!" - suspira ele.
Cristo também faz essa pergunta crucial a Pedro, em João 21: "Amas-me!?". Crucial em três áreas para Pedro, e para mim.
1 - Fisicamente, Cristo faz a pergunta à beira dum churrasco na praia. Fora também perto dum fogo em casa de Caifás que Pedro sentira o seu mundo desabar. O fogo da traição. E eu penso nos "fogos" que ateei no meu percurso de vida, e nas vezes que traí o meu Mestre!
2 - Emocionalmente, a pergunta mexia com Pedro. Pois já provara que o seu carácter tinha sombras e era volúvel. Para mais, Cristo esfregava sal na ferida ao tratá-lo por "filho de Jonas", que é como quem diz "filho de pomba" - instável, frágil e assustadiço. Como ele desejava ser "petra" de sentimentos! Firme como a rocha. E eu penso nas vezes que tenho sido "pomba", e no desejo não concretizado de ser "petra".
3 - Espiritualmente, Pedro vivia num pesadelo, povoado por galos a cantar, e galináceos a debicarem na sua cabeça ... a meio da noite acordava alagado em suor ... cometi o pecado imperdoável! Entretanto, Cristo restaura Pedro. Primeiro dá-lhe a garantia de que o perdoa, e assim, com a sua confiança de novo energizada, Pedro recebe uma missão: "Apascenta as minhas ovelhas". E há nesta frase todo o perdão que viaja da negação para a afirmação. E eu penso nos momentos em que Cristo serenamente me perdoa levando-me ao colo para que a minha atitude espiritual seja de lúcida afirmação.

21.2.05

Consequências

O governo britânico anunciou hoje a aprovação de casamentos de pessoas do mesmo sexo. Não será de todo absurdo prever que logo a mesma lei seja aprovada em Portugal. Um país como a Inglaterra, há muito que abandonou aqueles valores que a fizeram uma nação abençoada e marcante na história do cristianismo mundial. E como a Inglaterra sempre foi o nosso maior aliado... A europa tradicional já não existe. Desapareceu o temor e tremor de Deus. Resta-nos seguir a derrocada não só da estrutura familiar tradicional, como também, aguentar toda hora o pensamento progressista como sendo legítimo, moderno, livre etc. O que iremos ver mais lá na frente é nada mais do que aquilo que é semeado hoje.
"Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim procedem" (Rm 1:32).

Pontos Nos is

Acompanhei os resultados e comentários destas eleições. Pude sentir que os portugueses estão cansados e desconfiados em relação ao futuro. As mudanças fazem-se de duas maneiras: equilibradamente ou em desespero. Parece-me que este é o caso. Quando as ideologias de esquerda e extrema esquerda passam a ter a primazia entre a maioria, isso traz concerteza desequilibros, reações diversas, não só na economia como no aspecto social e ético. Esperamos que certas propostas contrárias ao cristianismo possam morrer não somente na gaveta mas também nas mentes. Sócrates não me diz absolutamente nada a não ser quando pertencia a JSD e que depois mudou sendo influenciado por um amigo. Tem gente grande que muda com muita facilidade. Resta-nos esperar. Não pode haver desculpas, o homem tem tudo para governar. Ele disse várias vezes que não assume compromissos mas objectivos (interessante). Paulo Portas reconheceu que falhou objectivos partidários e pessoais, quatro ao todo e pediu demissão. Vamos ver as desculpas que Sócrates nos dará se não cumprir os "objectivos" que a meu ver se derem errados a responsabilidade não será somente dele mas de muitos. Como português espero que algo melhore ao nível do emprego, oportunidades para os jovens e reformas mais justas, acesso ao crédito com juros mais baixos (e que o benfica seja campeão). Uma palavra sobre Paulo Portas, um homem sensível e com idéias bem claras. Não posso deixar de assinalar aqui que foi o único homem que mencionou Deus passando a idéia que crê Nele como sendo soberano e seu Senhor. Deus manda-nos respeitar as autoridades, porque elas são instituídas por Ele. É por isso que todos nós devemos obedecer desde que essas autoridades não se choquem com a autoridade de Deus."Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus..." (Rm13:1-7). No entanto, uma vez que nem sempre as autoridades civis estão em acordo com a vontade de Deus " importa obedecer a Deus e não aos homens". Não tenho ilusões a respeito do mundo e das alianças dos homens. Se a nossa esperança se resume às coisas deste mundo Paulo diz que "somos os mais miseráveis dos homens"(1Co15:19). Vivemos no mundo e é aqui que tomamos decisões, mas precisamos enxergar o mundo e seus sistemas do ponto de vista bíblico e tomar decisões com consciência ou mentalidade cristã.

19.2.05

Cinema

Ontem fui ao cinema com a Renata assistir o filme Million dollar baby. Gostei, apesar de ser fã dos filmes que terminam bem, que não foi o caso deste. O filme levanta questões como esfacelamento familiar consequência da pobreza, doença e indiferença. Mostra também o conflito de alguém frustado que teve a chance de realizar seu sonhos (Morgan Freeman). Um pai que não é correspondido pela sua filha(Clint Eastwood) e tem o boxe impregnado em sua alma. Um padre sem paciência. A juntar a este cardápio a personagem principal convida-nos a pensar sobre o que é determinação. No entanto, tudo isto e muito mais, logo fica para segundo plano quando o final do filme se aproxima. E aí, entramos no dilema do problema ético e cristão da Eutanásia. Complicado. O que nós faríamos numa mesma situação? O que nós pensamos fora do problema pode ser bem diferente vivendo dentro do problema. Vão ver e digam qualquer coisa.

17.2.05

Para onde Senhor?

Quando Deus chamou Abraão e lhe disse para ir para uma terra que ele desconhecia, Deus deu-lhe uma única ordem:" Sê tu uma bênção" (Gn 12:2). Nos dias de hoje é comum vermos pessoas andarem de igreja em igreja em busca de bênçãos. Pode ser a busca frenética pela cura de alguma enfermidade, pode ser a busca de realização profissional ou prosperidade financeira, pode ser o pedido de libertação de vícios ou opressão psicológica. Sabemos pela experiência que o homem muitas vezes passa por dor e sofrimento por ignorar a vontade de Deus ou simplesmente não aceitar essa vontade. Por outo lado, também acontece que Deus em seus sábios planos nos leva por caminhos que jamais andaríamos, e aí, nos mostrar algo maravilhoso de Seu poder e graça. Seja como for, o nosso chamado individual é ser uma bênção. Fazemos parte de uma sociedade nova que está sendo criada em Jesus Cristo que se relaciona através de gestos e afectos. Ao invés de procurarmos bênçãos devemos ser bênção. Os nossos problemas ofuscam os problemas dos outros.Tornamos as nossa vidas áridas e secas porque não buscamos o oásis mais além. Somos águias que desaprenderam a voar a enxergar do alto. Olhamos para nós mesmos e ficamos satisfeitos ou então nos vemos tão pequenos que fugimos e nos escondemos em cavernas de alvenaria. A vida é extremamente difícil quando o medo nos paraliza e nos impede de ser bênção. "Remir o tempo" significa aproveitar as oportunidades.

16.2.05

O QUE É A VERDADE?

Vivemos uma época em que a cultura no geral afirmou um compromisso com a antiverdade. O mundo moderno faz guerra à própria noção da verdade. A visão científica de mundo do naturalismo suplantou a noção do Criador e criação. O surgimento de filosofias críticas atacou a revelação e a inspiração. A ascendência do humanismo varreu para longe as idéias de pecado e limitações. A arrogância humanista da época afastou a providência e o governo divino. A imergência do eu imperial levou à rejeição de todo o temor do juízo e da ira divina. O assalto da modernidade contra a verdade fez o seu estrago - não que a modernidade tenha enfraquecido a verdade, porque a verdade é inviolável. Mas esse assalto e consequente prejuízo pode ser medido na secularização crescente da cultura e das igrejas, no testemunho contemporizado de muitos crentes, nas mensagens acomodadas pregadas em muitos púlpitos e na confusão mortífera da época. Como podemos lutar pela verdade muma Era de antiverdade? Primeiro, precisamos admitir que muito do que enxergamos é uma espécie de verdade distorcida. Os filósofos gregos começaram por buscar a verdade ou o verdadeiro, diante da falsidade, da ilusão, da aparência, etc. No entanto, a verdade das coisas não é, então, a sua realidade am face da sua aparência, mas a sua fidelidade em face da sua infidelidade. Para o hebreu, verdadeiro é, pois, o que é fiel, o que cumpre ou cumprirá a sua promessa, e por isso Deus é o único verdadeiro, porque é o único realmente fiel. Agostinho diz haver uma fonte para todas as verdades: essa fonte é Deus ou a "Verdade". Mas como compreender? Ou na linguagem filosófica capturar essa verdade, que é realmente a "Verdade"? Uns dirão que é a inteligência que a capta, outros a intuição, outros, por fim, que é captada através das sensações. A Bíblia diz que o homem vive em escuridão "Apalpamos as paredes como cegos, como os que não têm olhos, andamos apalpando. Tropeçamos ao meio-dia como nas trevas e nos lugares escuros somos como mortos" (Is 59:10).
A religião secularizada sem coração não passa de uma instituição de condutores cegos de cegos (Mt 15:14). A falsidade e a heresia mostram o evangelho sendo usado como fonte de lucro e vantagens - um evangelho pesado e terrorista "Atam fardos pesados [e díficeis de carregar] e os pôem sobre os ombros dos homens; entretanto, eles mesmos nem com o dedo querem movê-los" (Mt 23:4). Paulo fala de sentidos "embotados", "obscurecidos" (2Co 3:14).
A verdade que o mundo não quer ver, tem um presente anestesiado pelas emoções passageiras. Em alguns corações existe "bem estar" ilusório, inconstante, medo de conhecer a verdade, por outro lado, em alguns corações existe o descaso a "vulgarização do poder de Deus" (Ec 5:2). A filosofia deste mundo vem travando uma batalha contra Deus, procurando pôr em dúvida a "Verdade", conforme Pilatos o fez. A verdade não é deste reino terreno. A verdade vem de longe de lugares longínquos, inacessíveis " Nem os olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam" (1Co 2:9).

15.2.05

Irmã Lucia

É impressionante a reverência aos mortos explícita na cerimónia que envolveu a irmã de Francisco e Jacinta. Em certo sentido nossa irmã. Francisco de Assis tratava todas as criaturas de Deus com sendo seus irmãos, nós ao contrário, muitas vezes tratamos as pessoas como objectos e os animais com desprezo e a natureza de uma forma geral. Leonardo Boff escreveu que: "... vivemos uma espécie de lobotomia cerebral. A cultura dominante é mecanicista e dualista, trata a pessoa humana como coisa e não como sujeito". Podemos achar que esta mulher que viveu a vida toda na clausura e no silêncio deve ter sofrido bastante. Não creio. Foram 97 anos de vida e isso só pode ser bênção de Deus. Não sei o que estes três irmãos viram, nem isso é relevante para mim, no entanto, o que viram ou acharam que viram, teve grande influência na história e na vida de milhões de pessoas. Podemos ainda imaginar o dia a dia desta mulher, privada do mundo, vivendo no mundo, longe das distrações e prazeres. Certamente, podemos conceber que algo de extraordinário aconteceu, não é possivel viver tantos anos contra vontade. Como cristãos discernindo o "mistério", esclarecidos, devemos no entanto, seguir o conselho do Apóstolo Paulo:"Portanto, nada julgueis antes do tempo, até que venha o Senhor, o qual não somente trará à plena luz as coisas ocultas das trevas, mas também manifestará os desígnios dos corações; e, então, cada um receberá o seu louvor da parte de Deus " ( 1Co 4:5). Paulo apela à sensatez e prudência. Saibamos respeitar a irmã Lucia como exemplo raro em extinção, de alguém que se privou de tantas coisas (que ninguém mais quer abrir mão), escolhendo a intimidade e o silêncio com Deus.

Planos (viagem)

Provavelmente irei a Portugal passar umas férias. Partirei no dia 10 de Março e retornarei no dia 10 de junho. Aproveitarei para ganhar uns trocados (se tiver a chance de arrumar um trabalho) para pagar a viagem. O dólar baixou consideravelmente e os preços são mais acessíveis nesta época, mesmo assim o negócio fica por 900 dólares . A Renata querendo Deus irá ganhar nénem em Agosto. Já faz 3 anos e meio que estou aqui , as saudades são grandes. Se assim Deus permitir e vier-se a confirmar a viagem espero rever os meus amigos e termos oportunidades de estarmos juntos de-batermos uma bolinha ou conversarmos, partilhando experiências. Como devem calcular estou ansioso. Vamos ver se é desta. Nem sempre planejamos bem, mas quem vai saber?

14.2.05

Aceita-me!

Tenho observado que uma das coisas mais difíceis para nós é aceitarmos as pessoas como elas são. O gajo é do porto e ninguém entende porquê (forçaTiagão), um outro é do P.S para grande indignação de uma parte de seus conhecidos e amigos, um outro tem idéias mais conservadoras e defende uma política de centro direita. Tem gente do benfica, sporting e do porto que participam das mesmas rodas brigando por pagar a conta (uma questão de honra para uns a pior coisa para outros). Enfim, até aqui tudo bem. Mas quando as diferenças passam dessas coisas secundárias, subjectivas para algo mais profundo, afectivo, como um amigo que contraiu sida (aids), alguém de pele escura, pobre, cheirando a cigarro ou álcool que se senta ao nosso lado, um antigo colega de escola que tinha uns jeitos efeminados e que passados alguns anos o encontramos e que nos abraça no meio da rua. Estas coisas podem nos pertubar ao ponto de nos constranger dependendo da situação. Hoje somos mais cautelosos em relação a novas amizades, na verdade muitas de nossas amizades são interesseiras. Fazemos amizades buscando algum retorno alguma vantagem. Não é comum fazermos amizades com pessoas pobres e problemáticas, essas pouco ou nada têm para nos oferecer. Quando conhecemos outra pessoa queremos saber em primeiro lugar o que ela faz, se a profissão não for compatível com o nosso padrão, simplesmente descartamos. Aceitar o outro é mais do que simplesmente dar esmola ou compreender o seu drama. Aceitar o outro é fazê-lo participante da minha roda de amigos. É convidá-lo a ser nosso hóspede. Na Bíblia e para o judeu, a hospitalidade assume importância vital para a construção de famílias e comunidades sadias. Hoje perdemos muito, por que não sabemos mais conversar, de modo aceitar as diferenças como forma de crescimento mútuo ao nível do raciocínio e identificação colectiva. Somos na maioria das vezes alienígenas usando roupa da mesma marca. Creio que um grande desafio é procurarmos ser autênticos, pacientes e esperançosos em relação aos outros, no que diz respeito às suas idéias e posições. Nem todos podem ser do benfica, pois pode ser afinal uma questão de cor. Nem todos podem ser do P.S , pois o símbolo é meio suspeito, nem todos podem ser do porto, pois "dragão" pode sugerir coisa de capeta, nem todos vão com as idéias do C.D.S, por que isso deve ter alguma coisa a ver com xenofobia, racismo, Hitler, essas coisas... Porém, podemos ser mais humanos e esforçados para aceitar e ver os outros do jeito que Deus vê.

Um grito

Está na hora de olharmos a vida como ela é... De clamarmos a Deus ainda que Ele pareça longe. Precisamos de libertação. Somos reféns de nós mesmos e dos outros. Vivemos enclausurados, acorrentados a coisas banais. É certo que não somos os personagens principais, nem sequer representamos bem, somos figurantes procurando nos dar bem nesta Terra decadente e atraente. A nossa vida é isso mesmo. Tentativas de conseguirmos estabilidade, créditos da sociedade. A opressão e frustação são sinais evidentes de nossa vacuidade. Somos por assim dizer frutos de uma época, de uma genética inculta, simples, sofredora. Não temos a experência de dividir uma sardinha por três, de andar descalço, de surras intermináveis e outros jeitos de ser e de ter. Todavia, conhecemos adversidade, que no dizer de Normam Vincent Peale,"... ou engrandece a pessoa, ou a diminui; nunca a deixa do mesmo tamanho". Dizem que quando se chega aos quarenta ficamos mais sensíveis e mais ternos. Talvez seja verdade. Mais cautelosos, mais determinados, assim esperamos.

12.2.05

Tendências

Cresce a cada dia o número de crentes afastados de suas igrejas. O próprio pecado não confessado ou a desilusão de liturgias e grupos (panelinhas), que se formam, fragmentando a comunhão de um corpo há muito dilacerado. Além dessa realidade, existe um outro grupo talvez ainda maior: Os afastados nas igrejas. São aqueles que não abandonaram o costume de ir aos cultos dominicais, mas há muito tempo já perderam a alegria de assistir e participar deles. Já não gozam de uma íntima comunhão com Deus. Deixaram aquilo que o Apocalipse chama de "Teu primeiro amor".
Como pastor enfrento a realidade do vai e vem de pessoas que procuram simplesmente alguma vantagem ou distração. Ir à igreja para muitos é um programa como outro qualquer. Assim, encontramo-nos uns com os outros (superficialmente) menos com Deus. Já não adoramos incondicionalmente, somos interesseiros, buscamos apenas sentirmo-nos bem naquelas duas horas. Quando falamos de pecado, porque essa é a nossa realidade, as pessoas torcem o nariz. Quando pregamos doutrinariamente as reações são aquelas no dizer Paulo: "Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos".
Que fazer? Seremos guias espirituais e corremos o risco de sermos dispensados ou guiados a ponto de cedermos diante das exigências dos associados? Afinal, na maioria das vezes somos mais uma espécie de dirigentes de um clube do que pastores.

Rotinas

Certa vez um ganso selvagem foi morar com alguns gansos domesticados. E resolveu libertá-los de suas vidas medíocres. O ganso selvagem morou com os gansos domesticados durante um ano, e ficou apreciando muito a alimentação saudável, o abrigo confortável e a vida fácil. A cada ano, quando os gansos selvagens passavam voando lá em cima, o ganso selvagem batia as asas, preparava-se para juntar-se a eles, mas acabava ficando mesmo na fazenda. Dez anos passaram-se. O ganso tornou-se um ganso domesticado, e se esqueceu como um ganso voava. (Soren Kierkegaard)
A vida para muitos limita-se a seguir um programa ou um padrão. A idéia de ter que mudar e recomeçar é extremamente assustadora. Acostumaram-se a certos gestos a certos horários e certos rostos, sentem-se realizados e de alguma maneira felizes com o que têm e o que são. A rotina do dia a dia chega-lhes como resposta positiva a suas inseguranças. Não arriscam "grandes saltos", preferem saltos pequenos, repetitivos, mas seguros.
Hoje sou confrontado com as rotinas que criamos e nos habituamos. Rotinas que controlam o nosso tempo de forma implacável ao ponto de perdemos a liberdade de sermos o que somos, liberdade de sermos mais acessíveis, mais comunitários e menos "eu". É verdade que precisamos de "rotinas", como disciplina e métodos na vida, no entanto se perdemos a nossa identidade e história deixamos de ser referência para nós mesmos e os outros. O mais certo é ficarmos doentes e pobres em todos os sentidos.
Precisamos descobrir a alegria do trabalho. William Tyndale disse que: "Para agradar a Deus, não há trabalho que seja melhor que o outro: verter água, lavar pratos, consertar sapatos, ser um apóstolo, todas essas coisas são iguais, no tocante aos actos, no que toca a agradar a Deus". É um tremendo desafio este. Estou nessa.

11.2.05

Palavras e Silêncios

Na novela de Chaim Potok, O Escolhido, o filho de um rabino hassídico e líder espiritual, um tzaddik (santo), reflectia sobre sua criação; seu pai nunca lhe falara, excepto através da torah, as Escrituras Sagradas.
Meu próprio pai nunca conversava comigo, excepto quando estudávamos juntos. Ele me ensinava por meio do silêncio. Ele me ensinou a sondar o meu próprio interior, a descobrir minhas próprias forças, a andar por dentro de mim mesmo, em companhia de minha alma. Quando sua gente lhe perguntava por que ele se mostrava tão calado com o seu próprio filho, ele lhes dizia que não gostava de falar, pois as palavras são cruéis, as palavras armam ciladas, distorcem o que está no coração, ocultam os sentimentos, e que o coração fala através do silêncio. Ele costumava dizer que aprendemos a dor dos outros sofrendo a nossa própria dor, voltando-nos para dentro de nós mesmos, perscrutando a nossa própria alma... Durante anos o silêncio dele me deixou intrigado e assustado, embora eu sempre confiasse nele, e nunca o tivesse odiado. E quando eu já tinha idade suficiente para entender, ele me disse que, dentre todas as pessoas, um tzaddik é o que mais deve ter experiência com a dor.
Hoje gostaria de estar em silêncio. Que o meu coração se aquietasse de pensar o que já foi pensado e decidido. Apenas silêncio. Me afastar das pessoas e me tornar inteiramente disponível para Deus. Isaque de Nínive era um caminhante ou eremita, ele disse uma vez: " Todo homem que se deleita em uma multidão de palavras, embora diga coisa admiráveis, é uma pessoa vazia em seu interior. Se você ama a verdade, seja um amante do silêncio".

10.2.05

Super-Gafanhotos

Os gafanhotos são insectos pequenos, porém capazes de realizar grandes coisas, (cf Pv30:27). Quando Josué, Calebe e os demais espias enviados por Moisés entraram em Canaã para uma missão de reconhecimento da terra a ser conquistada, viram-se e foram vistos como gafanhotos. Depararam-se com cidades fortificadas, cercadas de muralhas espessas, altíssimas, que pareciam atingir o céu. Viram também cananeus gigantes, enaquins descententes de Enaque, um famoso gigante da antigüidade, os quais mediam cerca de três metros e eram guerreiros hábeis e cruéis. Diante disso, os espias se convenceram que aquela terra, tão diferente, seria capaz de engolir os seus próprios habitantes. E estremeceram... Apesar de haverem confirmado que ali existia leite e mel, frutas e solo fértil, concluiram que era impossivel tomar posse do lugar que Deus lhes prometera. O temor apoderou-se deles (v.31), a conclusão do relatório provocou reações de muito medo. Porém, Josué e Calebe eram corajosos (v.30), tinham visto as mesmas coisas que os outros dez espias, mas sua reação foi bem diferente. Também se sentiram pequenos diante as muralhas e dos guerreiros, também se sentiram gafanhotos. Mas lembraram-se de que esses insectos, apesar de pequenos, podem fazer grandes estragos. Eram super-gafanhotos.(texto: Nm13.25-33).
Tenho pensado acerca deste texto. Diante do medo dos gigantes que se levantam contra nós, (às vezes diariamente), novos e antigos, gigantes que nos dificultam a tomar posse das bençãos de Deus, como deveremos reagir? É verdade que na maioria das vezes nos sentimos como gafanhotos diante dos problemas, das ameaças dos inimigos.E aí o medo nos paralisa, deixamos de fazer coisas importantes por causa do medo. Agimos como aquele servo negligente da parábola contada por Jesus, que disse ao seu Senhor:"E, receoso, escondi na terra o teu talento..." (Mt25:25). John Whttier, escreveu:"De todas as palavras da língua ou da pena, as mais tristes são: Poderia ter sido".

9.2.05

Voto em branco e voto ético

Estamos chegando a mais uma eleição em todo Portugal, e surge a mesma pergunta de sempre. Em quem votar? Para que votar? Será que vai adiantar? As campanhas estão a tentar nos ensinar a votar eticamente. Isso quer dizer, se entendi bem, votar em um partido (preferencialmente ético) honesto, sério, com um bom programa, disposto a lutar pelo bem da comunidade e pela justiça; preocupando-se mais com os pobres, com os necessitados, do que com trocas, com favores, com politicagens.
Os candidatos estão por aí. Aos montes, se atropelando, como um bando de espermatozóides atrás da vitória da fecundação. A grande maioria, de pedigree conhecido. E, em que pese a alta linhagem, seus antecessores nos deixaram neste estado de penúria. Terra arrasada, aos cuidados da insegurança, do desemprego, das baixas pensões, do alto custo das moradias, das drogas (nas ruas, nos escritórios, no trânsito, nos hospitais, nas repartições, em todos os lugares). Mas eles, naturalmente, "não têm culpa": receberam suas administrações neste estado. A culpa é sempre dos antecessores. Aí a gente pergunta: se estava tão mal, ao ponto de não dar para fazer nada, por que aceitaram? Puro espírito de sacrifício? Desprendimento (estão nos chamando de otários, mais uma vez)?
Mas estão surgindo candidatos e partidos novos. E nos perguntamos: Qual será sua motivação? Honesta? Ingênua? Ou também querem se fazer na vida com nosso dinheiro?
Vou sugerir um critério só, aos meus compatriotas. Escolha um candidato que "governe bem a sua própria casa". Não precisa, necessariamente, ser um religioso moralista. Verifique como é sua vida doméstica. Porque se é um desastre conjugal, econômico, paternal (ou maternal), filial, administrativo etc., como poderá ser um bom político?
E se não der para verificar, ou encontrar nenhum, vote em branco (como sugeriu Saramago no seu recente livro). Estamos cansados dessa brincadeira.
Texto adaptado de Rubem Amorese

8.2.05

Refúgios

Foge do mundo, foge até da tua família, afasta-te até dos teus amigos mais íntimos... Aquele que deseja ouvir a voz de Deus, que se retire para a solidão... Esta voz não ressoa nas praças públicas... Um conselho secreto exige uma escuta secreta... Deus não fala com aqueles que vivem fora de si mesmos. (São Bernardo).
Na periferia das cidades a administração municipal deveria prever um lugar deserto, mais propriamente, um terreno baldio, um espaço vazio, como o era antigamente o dos templos e das igrejas, para que o homem fosse ali encontrar novamente o seu silêncio, melhor e mais que sua alma.

Ressacas

O carnaval como outras datas festivas trazem à tona muitos sentimentos. Se por um lado essas festas servem para extravazar ou justificar reações e excessos, por outro, levantam a poeira que esconde o que realmente somos, e que fica bem patente aos outros, principalmente aos mais próximos. De qualquer forma, o bom dessas experiências é que sempre aprendemos algo sobre nós e sobre as reações dos outros. Digo isso, porque vivemos uma vida quase inteira de brincar de "esconde-esconde", às escondidas, como falamos em Portugal. Não procuramos ninguém em especial e quando encontramos alguém não damos muita importância, pois não era essa pessoa que tinhamos em mente.E esse é um problema que já virou rotina. Nestas aventuras das festas, sempre achamos alguém que merece ser referenciado pela negativa, menos nós, pois quando agimos erradamente nos comparamos com um outro mais errado do que nós e parece que isso nos traz algum alívio saber que existem outros mais falhos do que nós. E essa é a vida de muita gente que anda por aí. Contudo, eu enxergo algo muito enriquecedor nesses finais de festas: Ou saímos melhores conhecedores de nós mesmos e dos outros e assumimos novos compromissos ou nos isolamos e damos início a uma travessia no "deserto", de onde um dia retornaremos mais fortes ou não.

7.2.05

O Discernimento

Um Jnani (conhecedor de Deus) e um Premika (amante de Deus) caminhavam certa vez em uma floresta. Enquanto caminhavam, viram um tigre a certa distância. Disse o Jnani: Não há razão para fugirmos; Deus Altíssimo certamente nos protegerá. Ao que replicou o Premika: Não, irmão, vamos fugir. Por que haveríamos de pertubar o Senhor por causa de algo que podemos fazer com os nossos próprios esforços?( Bhagavad Gita)

5.2.05

Pensamento

Não busque por enquanto respostas que não lhe podem ser dadas, porque não as poderia viver. Pois trata-se precisamente de viver tudo. Viva por enquanto as perguntas. Talvez depois, aos poucos, sem que o perceba, num dia longínquo, consiga viver a resposta.( Rainer M. Rilke)

Outros Carnavais

A cidade do Rio vive já desde ontem uma euforia inigualável. Em Salvador na Bahia a coisa já está detonando alguns dias. Chega a ser incompreensível tamanha movimentação e envolvimento das pessoas. Gente que passa um ano inteiro ajuntando dinheiro para gastá-lo nestes dias. Fazem-se dívidas, cumprem-se promessas de morte e no entanto a alegria as energias acabam por virar na maior parte tristezas, decepções e doenças de todo o tipo. O barulho da bateria e ritmos contagiantes levam à loucura os turistas e nativos. É claro que tudo isso de cabeça cheia, não existe lugar para caretas ou conservadores"é carnaval ninguém leva a mal". A indústria de camisinhas está em alta, as prefeituras fazem a distribuição às carradas, os foliões agradecem e lá vão naquela viagem com volta ou sem volta.
Nem tudo é naturalmente promiscuidade, extravagância e loucura. Existem outros carnavais, passados em casa na companhia da esposa ou dos filhos ou irmãos da igreja. Durante estes dias fazem-se retiros espirituais. A comunidade evangélica está activa e isso produz frutos, pessoas têm a oportunidade de ouvir que existe uma tristeza que produz a salvação e uma alegria que não decepciona e que cura aquelas doenças da alma e coração.
Os tempos de carnaval em Portugal já é passado, onde a farinha e os ovos eram desperdiçados na cara de alguém, onde laranjas podres serviam para amenizar velhas contendas. Também os retiros no A.B.S (Ai que saudade) eram levados a sério. Um tempo dedicado à oração à palavra ao convívio. Outros carnavais.

4.2.05

Outras Marcas

"Quanto ao mais, ninguém me moleste; porque eu trago no corpo as marcas de Jesus." (Gl. 6:17).

Paulo mostra que a ousadia de sua autoridade repousava nas marcas de Cristo, as quais ele levava em seu corpo. E que marcas eram essas? Prisões, cadeias, açoites, calamidades, apedrejamento e muitos tipos de maltratos que ele sofreu no decorrer do seu ministério. "Pois assim como as guerras terrenas têm suas condecorações com as quais os generais honram a bravura de um soldado, também Cristo, nosso General, tem suas marcas pessoais, das quais ele faz bom uso para condecorar e honrar a alguns de seus seguidores."(Calvino)

Marcas aqui significa ferroadas, não de abelhas mas de ferro, como era costume na época para marcar escravos. Paulo está falando de marcas permanentes.Ele é um estigmatizado.
A igreja é composta de pecadores-salvos e pecadores não-salvos. Na igreja convivem pessoas que carecem de cura, libertação, direcção. Pessoas que buscam "pão" mas só encontram pedras. Pessoas que em algum momento da vida foram jogadas, despojadas à beira de nossas modernas estradas de Jericó. Sem auto-estima e abatidas pelas crises e tragédias da vida, carregam suas feridas, na busca do Evangelho que cura e tem o poder de libertar. Ouviram dizer que o sonho de Deus e a Sua vontade é que tenham "vida em abundância". Mas existem feridas abertas, difíceis de cicatrizar, marcas de um modo de vida irresponsável, marcas de falta de amor na infância, marcas de perda de um ente querido, marcas de um divórcio, marcas de desemprego, doenças graves, marcas de conflito interior, marcas de um casamento tóxico ou de relacionamentos íntimos igualmente tóxicos, marcas de uma sociedade opressiva, de injustiças sociais e institucionais.

Vivemos uma guerra onde muitas vezes sequer sabemos de que lado estamos. Temos marcas dos dois lados, Paulo também as tinha, "espinhos na carne" que teria que se habituar a conviver( seja lá o que isso for), no entanto, é preciso saber que tipos de marcas carregamos, se essas são de Cristo porque já estão cicatrizadas, ou ainda feridas abertas que precisam ser fechadas.

Debate?

Hoje já ninguém "de-bate" em ninguém, foi uma decepção. Acompanhei o confronto pela rtpi e sinceramente nenhum dos dois estão à altura de governar Portugal. Um comentarista disse uma verdade, apenas, quem ficou a ganhar foram os candidatos que não participaram, infelizmente sabemos que iremos levar com um deles. Gostaria de ver um debate a 4, esses dois, mais o Portas e o Francisco Louçâ, isso é que iria ser. Continuo na minha se tivesse em Portugal certamente iria votar no C.D.S., alguns leitores dirão:" Ainda bem que não estás!".

3.2.05

Agitos

Alguém chamou os nossos tempos de "A Era da Aspirina". Se dissermos que nunca houve uma geração tão oprimida pelo stress, certamente não estamos afirmando nenhum absurdo. Para muitos de nós, já vão longe os dias de diversão, em que você podia brincar sem pensar em ser atropelado por um carro ou uma moto. Hoje já ninguém tem mais tempo para almoçar demoradamente em conversa agradável saboreando um bom prato. Vivemos hoje de refeições rápidas e de confecção instantâneas, ao lado de pessoas irritadas às vezes colegas de trabalho, esposa ou esposo, relacionamentos tensos, pouco sono e muita televisão. Acrescente-se a isso os problemas financeiros, problemas na escola, cartas não respondidas, obesidade, solidão, gravidez não planejada, drogas, alcoolismo e, ocasionalmente, uma morte. Existe um velho ditado grego que diz: " Você quebrará o arco se o mantiver retesado". Por outro lado, a ansiedade, angústia e desânimo são marcas cada vez mais presentes. E quando sentimos silêncio no céu isso nos desconcerta, ficamos à deriva, sem respostas, sem paz, sem palavras de conforto, somente a solidão que nos massacra a cada dia. Oramos e oramos e nada. E essa é a pergunta: o que acontece quando Deus não fala? Stress e ansiedade podem acabar com qualquer um, porém pode ser o início de grandes realizações e novas oportunidades. Precisamos parar e fazer perguntas, a respeito daquilo que é realmente importante. Precisamos saber também, que apesar do silêncio dos céus, pode bem ser a preparação para grandes coisas.

2.2.05

Escolhas

"Porém o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura, porque o rejeitei; porque o Senhor não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração" (1Sm 16:7).

Tenho pensado nestes últimos dias acerca das nossas escolhas e os critérios que nos levam a decidir por isto ou aquilo. Certamente a maneira como os nossos olhos enxergam podem influenciar as nossas apostas. Mas são os estereótipos que acumulamos ao longo de nossa existência que determina as nossas escolhas. Aparentemente, Davi sequer foi cogitado para confrontar o gigante, mas era ele que morava no coração de Deus, não Eliabe, alguém com características exteriores mais adequadas para o desafio. "A aparência engana", o coração não. Infelizmente hoje não se presta mais atenção ao interior das pessoas, não estamos muito interessados em ouvir as suas históricas dramáticas e felizes. Abrir o coração é dar chances ao outro de me conhecer e magoar. Preferimos a "aparência" as maquilhagens as frases "Ninguém tem nada a ver com isso..." ou "isso é problema meu". É por isso que muitas vezes escolhemos mal porque as nossas apostas são motivadas por um julgamento pré-concebido, onde o coração nunca é avaliado porque ao entrar no íntimo do outro entramos no nosso e não gostamos do que vemos. Preferimos jogar pelo seguro, mantendo um relacionamento à distância, que mais tarde vira frustação, dor ou despesa. Foi isso que aconteceu com o povo de Israel. Buscou na aparência um rei( Saul) e agora cometia o mesmo erro ao iludir-se com perfil de Eliabe. Olhar como Deus olha é ver a verdade das pessoas é ver a capacidade que elas têm de enfrentar gigantes.

Linhas

Para mim só existe dois sistemas teológicos que fazem sentido: O sistema doutrinário calvinista e o católico -romano. Ou você tem um, ou outro ou então não tem nada. Apesar dos opostos, revelam-se ser aqueles que podem satisfazer as mentes. Mas como fazer teologia é um exercício constante, continuarei a esforçar-me procurando lacunas e respostas.

Geração Desiludida

A política e os políticos formam um sistema que me enfada. Já lá vai o tempo que esse sistema era uma novidade que atraía, lembro de uma época em que as pessoas faziam questão de apertar a mão dos políticos, eu próprio uma vez cumprimentei o dr. Mário Soares numa campanha do P.S em Paio Pires, foi uma espécie de conquista de adolescente no meio da multidão.
Talvez por viver num país onde todos os dias a corrupção descarada é notícia sem interesse, porque os protagonistas são sempre os mesmos algum prefeito, deputado ou membro do governo, sem falar dos polícias, claro, a política dos políticos deixou de ser uma arte de governar para ser um meio de promoção de interesses pessoais ou quando muito de uma elite. Os partidos fazem alianças porque não têm convicções, os interesses estão acima dos valores e a ideologia deu lugar à demagogia.
No entanto, apesar do quadro ser negativo, pois os políticos "modernos" desaprenderam a paixão e a vocação de olhar a nação, creio que há um que se destaca no meio de tanta mediocridade, Paulo Portas, pela sua visão e coerência, além dos valores cristãos que defende. Paulo Portas é daqueles políticos raros hoje em dia. Paulo Portas transmite confiança, inteligência, determinação, mostrando ser seguro nas suas idéias e no confronto, astuto mas leal.
É de lamentar sem dúvida as acusações pessoais que se fazem nesta altura, espero que Paulo Portas não embarque nessa, nem ele, nem outro do partido. Espero que este Sócrates pratique a introspecção como aconselhou outrora aquele que foi o divisor de águas na filosofia antiga.

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