31.8.06

Assim fica difícil

Falar de nós não é nada fácil. Sempre que falamos acerca de nós mesmos, corremos o risco de dizer coisas demais ou de menos. Mas reconheço que é necessário fazermos esse exame de avaliação, introspecção em silêncio, que nos permite corrigir erros e percepções equivocadas a respeito de jeitos e maneiras de estar e de ser.
Quando abrimos o coração para os outros e num momento inédito conseguimos ser honestos e sinceros, corremos o risco de passar por inconstantes, emocionalmente pertubados. O dilema é que nos dias de hoje poucos querem ouvir falar de crises e problemas graves dos outros. Antes, preferimos pessoas positivas, que sempre aparentam estar bem com tudo e com todos. Às vezes disfarçam muito mal. Mas como não queremos nos envolver, pois problemas bastam os nossos, perdemos a oportunidade de ser alguma coisa- menos superficial, menos inútil, menos bajulador.
Não entendo a maioria das pessoas que se dizem "actualizadas", falam de tudo, menos de suas fraquezas, de suas mentiras, de suas ilusões, de suas tristezas e desilusões, de suas conquistas e alegrias. O mundo os moldou. São pessoas blindadas, cercadas de muros eletrificados, com sistemas de segurança que não permitem a entrada nem de amigos, nem desconhecidos. Afinal, dizem: ninguém tem nada a ver com a minha vida.

29.8.06

Vácuo e Sentido

Em nossa sociedade, muitas pessoas sofrem de falta de entusiasmo e de qualquer sentido dinâmico ou propósito em suas vidas. Durante alguns anos, eu próprio, tenho lutado contra esse "mal" terrível, que nos prosta e nos leva por carreiros perigosos em busca de significado, alívio e distração. Não foram poucos os momentos em que senti a sensação de desvalor pelas coisas e a incapacidade de despertar para um expectante e excitante novo dia. Essa depressão existencial crônica provêm daquilo que Viktor Frankl descreve como um "vácuo de valores", uma frustação da "vontade de sentido" básica. A tese básica de Frankl é de que "a vida é transformada quando se descobre uma missão que vale a pena cumprir".
É neste contexto de descoberta que podemos enxergar finalmente a nossa vocação. Martinho Lutero dizia que:"Todo o crente tem uma vocação na vida porque tem uma posição e, nesta posição, ele encontra sempre oportunidade de servir". Isto serve para todas as empreitadas e caminhos que tomemos em nossas vidas. A realização completa em uma dimensão vocacional é descrita pelas palavras do apóstolo Paulo:"Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, recto juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda"(2Tm4;7-8). Paulo neste mundo moderno seria considerado um fanático, um doente; pois declara que todos tinham se afastado dele, inclusive alguns de seus colaboradores "Na minha primeira defesa ninguém foi a meu favor...". Terminou a sua missão sem nada, isto é vazio daquelas coisas que o homem corre atrás e, sem a companhia daqueles que nos prendem com sua amizade, interesse e amor. "Mas o senhor me assistiu e me revestiu de forças...O Senhor me livrará também de toda obra maligna e me levará salvo para o seu reino celestial. A ele, glória pelos séculos dos séculos. Amém."(v.16-18)
A falência e acúmulo de sentido juntam-se nesta vida e não mais se separam. A vitória e conforto só Jesus Cristo pode dar. Somente nele encontramos significado em nossas missões e corridas. Somente conscientes de uma missão, que precisa ser levada a cabo por nós, nos torna capazes de viver neste mundo desumano, ainda assim o nosso mundo, que serve de passagem para nossa Pátria Celestial Eterna, livre da aridez e das poeiras dos desertos, pois o rio que corre em nossa Cidade nos saciará para sempre.

27.8.06

Amizade por nada

Rubem Alves, um escritor cristão que conta umas histórias que poucos querem ouvir, disse que:"Os verdadeiros amigos são aqueles que mesmo em silêncio, sentem prazer quando estão juntos". Confesso que é dos temas que me dá mais gozo de pregar ou escrever. Infelizmente, noto que, cada vez é mais difícil conquistarmos novas amizades e até preservarmos aquelas que ainda temos. Nossa sociedade utilitarista dificulta as amizades. Ela nos convida a nos tornarmos(no dizer de Ricardo Barbosa) "prostitutos relacionais", fazemos amigos afim de... Usamos a amizade como fonte relacional - evangelismo por amizade. O problema é o que dizer se o "amigo" não se converte. Na verdade não fazemos uma amizade em troca de nada. O psiquiatra R. D. Laing expressou: "Estamos nos destruindo a nós mesmos de forma eficaz por meio de uma violência que se mascara de amor..., não admira que o homem moderno seja viciado em pessoas; e quanto mais viciado fica, menos satisfeito fica, e mais solitário fica". A conclusão mais importante desta patologia é que os relacionamentos humanos existem somente para servir-nos. Ora,Jesus galgou de uma relação de serviço para uma relação de amizade, (Cf. Jo15.15). Sejamos amigos verdadeiros a troco de nada.

24.8.06

Ele(Jesus Cristo) levou as nossas enfermidades

Este é um tema sempre actual, seja lá em que época estejamos. Existem pequenas enfermidades e grandes enfermidades. Existem as letais, rápidas ou demoradas e também as passageiras que somente deixam pequenas cicatrizes ou não. Uma coisa nós sabemos que elas vêem de um jeito ou de outro.
Na minha igreja existem algumas pessoas doentes. As respostas que essas pessoas procuram são legítimas e concretas. Elas buscam a cura, ou melhor, elas sabem que Deus as pode curar. Mas nem sempre essa fé as satisfaz. Pode ser que Deus não as queira curar. E essa pode bem ser a resposta de Deus. João D,Ávila tinha uma doença incurável, só um milagre o podia salvar da morte, ele orou e orou e nada. A resposta que ele esperava não vinha nem iria vir. Então ele orou de maneira diferente: "Senhor eu oro para que tu me concedas ver os tesouros escondidos na minha enfermidade, as riquezas dos sofrimentos dos quais o mundo só pensa em fugir".
A enfermidade é um grande desafio. A tranqüilidade da vida pode ser interrompida quando uma pessoa adoece. Costumamos dizer: "Com saúde, tudo vai bem". Se estamos bem, temos condições de enfrentar os desafios e superá-los com a graça de Deus. Entretanto, e quando o desafio é exactamente a falta de saúde? A doença gera uma série de sentimentos e reações, que pode ir, desde a ansiedade e solidão ao isolamento. A raiva, mágoa e desconfiança podem se instalar dentro de nós a tal ponto de virarmos num repente um "bicho a evitar".
Martin Heideggeer observa que, o conhecimento que temos da própria morte é a musica de fundo que toca francamente à distância durante a nossa vida. "Talvez às vezes consigamos fazê-la emudecer, mas há outras ocasiões em que ela aumenta em intensidade e ritmo, de modo que não podemos deixar de estar conscientes dela". Paul Tillich realça que a ameaça de não-ser, que produz ansiedade existencial, possui três formas: a ameaça de destino e morte, de vazio e perda de sentido, de culpa e condenação. Essa ansiedade permeia todo o nosso ser. Ela faz parte de nossa “herança de finitude", a sombra negra que toca todas as outras ansiedades e lhes confere seu poder.
Pensar nas possibilidades de Deus é entrar num túnel sem fim, luminoso e cansativo. Simplesmente não o podemos alcançar. Buscando alternativas para esse drama nos assustamos porque não existe alternativa. Resta-nos esperar como o profeta Habacuque e dizer: “Por-me-ei na minha torre de vigia, colocar-me-ei sobre a fortaleza, e vigiarei para ver o que Deus me dirá, e que resposta eu terei à minha queixa”.
Quando somos atingidos por uma enfermidade, devemos investigar, com oração e sabedoria, qual a causa. Não devemos esquecer, nesse processo, de consultar os médicos e de buscar conselho com os irmãos ou amigos mais experientes. Esse é o procedimento normal. Contudo pode acontecer de, em certos casos, não conseguirmos encontrar o motivo de uma doença, (Cf Sl 37:4-5). Jesus nos responde: "O que eu faço não o sabes agora; compreendê-lo-ás depois" (Jo 13:7). Resta-nos a difícil e ousada decisão de confiar no Senhor.

23.8.06

Supreendido com um velho amigo

Achar o Paulo José Miranda em São Paulo através da net foi uma agradável surpresa. Da minha casa (Estado do Rio de janeiro) até ao centro dessa grande cidade, que é São Paulo, são mais ou menos 300 km. Já não vejo o Paulo à uns 15 anos talvez. Isto porque nossos caminhos naquele tempo tomaram rumos totalmente opostos. O Paulo é escritor e poeta com nome. Fiquei supreendido com a sua bibliografia, prémios e suas viagens pelo o mundo. Fiquei animado para visitá-lo em breve. Temos muita coisa para conversar.Ele é formado em filosofia, pensador e escritor de grande futuro.Pode ser que dê um bom papo. Pode ser que recordemos algumas aventuras de adolescentes em Paio Pires como vizinhos e grandes amigos. Aparentemente estamos em caminhos diferentes( questões da fé), exactamente como à 15 anos atrás. Quem sabe se esses caminhos da reflexão e descoberta se encontram de novo, mesmo que virtualmente.
Paulo José Miranda é poeta, escritor e dramaturgo. Licenciou-se em Filosofia pela Universidade de Lisboa. É membro do Pen Club desde 1998. Publicou três livros de poesia, quatro novelas e uma peça de teatro. O seu primeiro livro de poesia venceu o Prémio Teixeira de Pascoaes em 1997 e a sua segunda novela venceu o primeiro Prémio José Saramago em 1999. Recebeu uma bolsa de criação literária do Ministério da Cultura para escrever a sua terceira novela e uma outra da Fundação do Oriente para viver três meses em Macau e escrever a sua quarta novela. O seu último trabalho é America: um texto àcerca da América em 99 pontos (tem mais dois livros a serem publicados).

Fugindo da Rotina

Certa vez um ganso selvagem foi morar com alguns gansos domesticados. E resolveu libertá-los de suas vidas medíocres. O ganso selvagem morou com os gansos domesticados durante um ano, e ficou apreciando muito a alimentação saudável, o abrigo confortável e a vida fácil. A cada ano, quando os gansos selvagens passavam voando lá em cima, o ganso selvagem batia as asas, preparava-se para juntar-se a eles, mas acabava ficando mesmo na fazenda. Dez anos passaram-se. O ganso tornou-se um ganso domesticado, e se esqueceu como um ganso voava. (Soren Kierkegaard)
A vida para muitos limita-se a seguir um programa ou um padrão. A idéia de ter que mudar e recomeçar é extremamente assustadora. Acostumaram-se a certos gestos a certos horários e certos rostos, sentem-se realizados e de alguma maneira felizes com o que têm e o que são. A rotina do dia a dia chega-lhes como resposta positiva a suas inseguranças. Não arriscam "grandes saltos", preferem saltos pequenos, repetitivos, mas seguros.
Hoje sou confrontado com as rotinas que criamos e nos habituamos. Rotinas que controlam o nosso tempo de forma implacável ao ponto de perdemos a liberdade de sermos o que somos, liberdade de sermos mais acessíveis, mais comunitários e menos "eu". É verdade que precisamos de "rotinas", como disciplina e métodos na vida, no entanto se perdemos a nossa identidade e história deixamos de ser referência para nós mesmos e os outros. O mais certo é ficarmos doentes e pobres em todos os sentidos.
Precisamos descobrir a alegria do trabalho. William Tyndale disse que: "Para agradar a Deus, não há trabalho que seja melhor que o outro: verter água, lavar pratos, consertar sapatos, ser um apóstolo, todas essas coisas são iguais, no tocante aos actos, no que toca a agradar a Deus". É um tremendo desafio este. Estou nessa.

22.8.06

Para pensar

Deus não nos criou para a felicidade, mas para amar e sermos amados.

C.S.Lewis

Cá vamos indo

A corrupção da cultura de nossos dias não é um problema das elites. De facto ela encontra-se entre os académicos pós-modernos na sua preocupação em derrubar todo sentido e princípio moral, assim como podemos encontrar nas gangues, roqueiros, mercadores de pornografia, nos programas e entrevistas de televisão. O mais marcante é que essa corrupção é generalizada. Não se situa neste ou naquele recanto de depravação, mas se alastra como densa neblina por toda a sociedade. É espalhada até mesmo por aquelas pessoas que são vazias, comuns, maçantes, pouco inteligentes..."Para onde quer que se olhe ", escreve Robert Bork, " as virtudes tradicionais desta cultura estão sendo perdidas, seus vícios multiplicados, seus valores depreciados - em resumo, a própria cultura está se desfazendo". Parece-me que esse diagnóstico não é somente para o povo americano. Todos nós cristãos devemos estar esclarecidos que não só a América, mas o mundo está descambando para o abismo num "declínio moral". Já ninguém tem mais vergonha de nada. As instituições perderam sua autoridade e referência porque dentro delas faz morada o mesmo vírus que habita as ruas e becos desta sociedade. Um mal que pressiona a Igreja de Cristo infiltrando-se nas frestas e brechas de suas paredes e seus corações de carne.O vírus do individualismo penetra através de conceitos como o deste cego futuro "guia de cegos" - "A liberdade de nossos dias", declarou um orador de turma em Harvard, "é a liberdade de nos devotarmos a quaisquer valores que nos agradem, com a mera condição de não acreditarmos que sejam verdadeiros". O Jogo do Monopólio , criado com sucesso pela Parker Brothers e muito popular em minha adolescência, constitui realmente uma metáfora do Nosso Tempo. Eis aí as leis inexoráveis do mercado, que são, como observa Bellah, "absolutas mas amorais", eis aí a calosidade impiedosa e a imprevisibilidade, porque no final há apenas um sobrevivente.Não existe compaixão pelos que estão prestes a perder tudo, não há espaço para ninguém a não ser a própria pessoa. Não há remorso. É a lei do mercado - é a vida moderna.

21.8.06

Oi


Está na hora de olharmos a vida como ela é... De clamarmos a Deus ainda que Ele pareça longe. Precisamos de libertação. Somos reféns de nós mesmos e dos outros. Vivemos enclausurados, acorrentados a coisas banais. É certo que não somos os personagens principais, nem sequer representamos bem, somos figurantes procurando nos dar bem nesta Terra decadente e atraente. A nossa vida é isso mesmo. Tentativas de conseguirmos estabilidade, créditos da sociedade. A opressão e frustação são sinais evidentes de nossa vacuidade. Somos por assim dizer frutos de uma época, de uma genética inculta, simples, sofredora. Não temos a experência de dividir uma sardinha por três, de andar descalço, de surras intermináveis e outros jeitos de ser e de ter. Todavia, conhecemos adversidade, que no dizer de Normam Vincent Peale,"... ou engrandece a pessoa, ou a diminui; nunca a deixa do mesmo tamanho". Dizem que quando se chega aos quarenta ficamos mais sensíveis e mais ternos. Talvez seja verdade. Mais cautelosos, mais determinados, assim esperamos.

O QUE É A VERDADE?

Vivemos uma época em que a cultura no geral afirmou um compromisso com a antiverdade. O mundo moderno faz guerra à própria noção da verdade. A visão científica de mundo do naturalismo suplantou a noção do Criador e criação. O surgimento de filosofias críticas atacou a revelação e a inspiração. A ascendência do humanismo varreu para longe as idéias de pecado e limitações. A arrogância humanista da época afastou a providência e o governo divino. A imergência do eu imperial levou à rejeição de todo o temor do juízo e da ira divina. O assalto da modernidade contra a verdade fez o seu estrago - não que a modernidade tenha enfraquecido a verdade, porque a verdade é inviolável. Mas esse assalto e consequente prejuízo pode ser medido na secularização crescente da cultura e das igrejas, no testemunho contemporizado de muitos crentes, nas mensagens acomodadas pregadas em muitos púlpitos e na confusão mortífera da época. Como podemos lutar pela verdade muma Era de antiverdade? Primeiro, precisamos admitir que muito do que enxergamos é uma espécie de verdade distorcida. Os filósofos gregos começaram por buscar a verdade ou o verdadeiro, diante da falsidade, da ilusão, da aparência, etc. No entanto, a verdade das coisas não é, então, a sua realidade am face da sua aparência, mas a sua fidelidade em face da sua infidelidade. Para o hebreu, verdadeiro é, pois, o que é fiel, o que cumpre ou cumprirá a sua promessa, e por isso Deus é o único verdadeiro, porque é o único realmente fiel. Agostinho diz haver uma fonte para todas as verdades: essa fonte é Deus ou a "Verdade". Mas como compreender? Ou na linguagem filosófica capturar essa verdade, que é realmente a "Verdade"? Uns dirão que é a inteligência que a capta, outros a intuição, outros, por fim, que é captada através das sensações. A Bíblia diz que o homem vive em escuridão "Apalpamos as paredes como cegos, como os que não têm olhos, andamos apalpando. Tropeçamos ao meio-dia como nas trevas e nos lugares escuros somos como mortos" (Is 59:10).
A religião secularizada sem coração não passa de uma instituição de condutores cegos de cegos (Mt 15:14). A falsidade e a heresia mostram o evangelho sendo usado como fonte de lucro e vantagens - um evangelho pesado e terrorista "Atam fardos pesados [e díficeis de carregar] e os pôem sobre os ombros dos homens; entretanto, eles mesmos nem com o dedo querem movê-los" (Mt 23:4). Paulo fala de sentidos "embotados", "obscurecidos" (2Co 3:14).
A verdade que o mundo não quer ver, tem um presente anestesiado pelas emoções passageiras. Em alguns corações existe "bem estar" ilusório, inconstante, medo de conhecer a verdade, por outro lado, em alguns corações existe o descaso a "vulgarização do poder de Deus" (Ec 5:2). A filosofia deste mundo vem travando uma batalha contra Deus, procurando pôr em dúvida a "Verdade", conforme Pilatos o fez. A verdade não é deste reino terreno. A verdade vem de longe de lugares longínquos, inacessíveis " Nem os olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam" (1Co 2:9).

19.8.06

O Protestante


As pessoas mudam com o passar dos tempos. Esta é uma máxima simples de guardar. Lembro quando me chamavam de"protestante" de forma pejorativa, na ida para a Escola Dominical, nas brincadeiras de rua e na escola. Às vezes até era corrido à pedrada, pois eu assumia essa alcunha como sendo de alguma maneira algo ofensivo, vergonhoso, então revidava. Algumas vezes era discriminado na avaliação dos professores, lembro muito bem quando frequentava a segunda classe em que fui alvo dessa separação. Com o passar dos anos essa fase passou e apesar de continuar a ser conhecido como "o protestante" para alguns e "o filho do padre" para outros, recordo que houve um período em que eu fazia sempre questão de me identificar como protestante. Não sei ao certo porque o fazia. O que eu quero realçar aqui é a perda de identidade das pessoas em geral o anonimato em que vivem. Hoje os vínculos são cada vez mais raros mesmo aqueles que aparentemente nos aborrecem, as pessoas já não são conhecidas pelo o nome de família ou pela função que exercem mas por aquilo que têm. Pela casa, pelo carro ou pela roupa que vestem e penteado de última geração. Perdemos a história de nós mesmos pois deixámos de fazer perguntas aos nossos avós e pais. A família, outrora entendida, abrangendo tios e primos, cunhados e etc, deu origem a famílias cheias de coisas menos de relacionamentos significativos e oportunidades de crescimento mútuo. A Bíblia nos aconselha a"remir o tempo" o que significa aproveitar as oportunidades que Deus nos dá.

17.8.06

Férias pastorais?

Dizem que os pastores têm direito a férias como toda a gente. Mas se perguntarmos a alguém que nós conhecemos e nos relacionamos é bem provável que essa ou essas pessoas digam - férias? Mas esses parasitas estão de férias todo ano!
Estou tentando gozar uns quinze dias longe dos compromissos eclesiásticos e da rotina doméstica. No entanto, pergunto-me se pastor ir de férias é bem visto pelos membros em geral e o que Deus pensa disto tudo.
Não importa se você trabalhou e se desgastou nas diversas batalhas internas e externas e se ficou devendo atenção à sua família ou deixou de cuidar de sua saúde. O que fica na verdade é uma sensação estranha de que as férias precisam terminar o mais rápido possivel.
Existem férias e férias. Eu não tenho que me queixar. Estou em Mambucaba (Angra dos Reis) em casa da minha cunhada. A praia é a um passo. E que praia. Mas quero voltar para a minha igreja.

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